Editora: Penguin (Porto Editora)
ISBN: 9780670026609
Título original: Me Before You
Título em Portugal: Viver Depois de Ti
Série: Me Before You
Ano de Lançamento: 2012
Ano de Lançamento Portugal: 2013
Páginas: 385
Classificação: ★★★★ (4/5)
Junho de 2016
Sinopse:
"Lou Clark sabe muitas coisas. Sabe quantos passos deve dar entre a paragem do autocarro e a sua casa. Sabe que trabalha na casa de chá The Buttered Bun e sabe que não está apaixonada pelo namorado, Patrick. O que ela não sabe é que vai perder o emprego e que todas as suas certezas vão ser postas em causa.
Will Traynor sabe que o acidente de motociclo lhe tirou o desejo de viver. Sabe que agora tudo lhe parece triste e inútil e sabe como pôr fim a este sofrimento. O que não sabe é que Lou vai irromper na sua vida com toda a energia e vontade de viver. E nenhum deles sabe que as suas vidas vão mudar para sempre.
Em Viver depois de ti, Jojo Moyes aborda um tema difícil e controverso com sensibilidade e realismo, obrigando-nos a reflectir sobre o direito à liberdade de escolha e as suas consequências."
Opinião:
Já tinha ouvido falar deste livro mas, por alguma razão nunca me tinha chamado a atenção. Achei que seria demasiado deprimente e essa não é bem a minha onda literária. No entanto, desde que vi o trailer para a adaptação cinematográfica, fiquei com a pulga atrás da orelha e, numa visita á livraria local, encontrei o livro em promoção e pensei "porque não?". E foi assim que me aventurei pela primeira vez no mundo de Jojo Moyes e, não fiquei nada arrependida.
Esta é uma história fora do comum e toca em temas que ainda são tabus na nossa sociedade, quase como se fosse pecado pensar e discutir estes assuntos.
Esta é a história de Louisa, uma rapariga inglesa, "aborrecidamente" banal que aceita um trabalho como cuidadora de Will Trainor, um jovem que viu a sua vida completamente alterada desde o dia em que sofreu um terrível acidente que o deixou quadrapelégico. Ao contrário de Lou, Will era uma pessoa extremamente activa, que adorava viver a vida ao máximo e o facto de se ver subitamente preso a uma cadeira de rodas e dependente de outros para tudo é o seu pior pesadelo tornado realidade. Will sente que perdeu tudo e que a sua vida já não tem sentido. Quando conhece Lou, as coisas mudam e, o que parecia uma relação improvável, torna-se numa bela história de amor (mas não na forma que podem estar a imaginar, é diferente). Will e Louisa desenvolvem uma bela amizade, cheia de comentários sarcásticos e muito divertida. Louisa fará tudo para salvar Will e este, por sua vez, fará tudo para salvar Lou da sua vida monótona.
Há muita coisa que poderia dizer sobre esta história mas não quero estragar a experiência de ninguém. Este é daqueles livros que deve ser lido quando pouco ou nada sabemos sobre ele.
Voltando ao início, o sentimento que tinha em relação a este livro foi o mesmo que tive em relação ao "A Culpa é das Estrelas" de John Green (ainda hoje um dos meus livros favoritos do autor). A princípio pensei que fosse extremamente deprimente mas, no final, revelou-se uma leitura agradável e divertida em torno de uma temática mais pesada. No caso deste livro, não temos o cancro como grande protagonista mas sim a deficiência física e a eutanásia. Uff...temas fortes para a nossa sociedade.
Este livro fez-me lembrar os meus tempos de universidade e, mais concretamente, as aulas de bioética, onde debatemos esta temática.
A Eutanásia, também conhecida como "suicídio medicamente assistido" tem muito que se lhe diga e podíamos passar o dia a discutir a temática com montes de pessoas a argumentar contra e outros a favor. Cada um tem a sua opinião mas a verdade é que só quem passa pelas situações é que pode realmente entender e este livro ajuda-nos a ver não só o lado da família como também (e principalmente) o lado da pessoa que quer morrer com dignidade (esta última, na minha opinião é a mais importante por ser a mais difícil de compreender).
Além disso foca algumas das muitas dificuldades que as pessoas com deficiência física passam quando se tentam inserir na sociedade. Parece mentira que em pleno século XXI ainda haja tanto complexo em relação a estas pessoas que muitas vezes são vistas como "coitadinhos" e postos completamente à margem de uma sociedade que nem sempre vê o ser humano por detrás das limitações.
Dei 4 estrelas a este livro mas poderiam ser 5 se não fossem alguns problemas que tive com a narrativa. Achei que por vezes a autora se demorava em questões que nada acrescentavam à história e só a tornavam mais lenta (basicamente, tem um certo excesso da chamada "palha"). É como se a autora aliviasse um pouco o drama nas temáticas mais pesadas mas acrescentasse outros tipos de carga dramática onde não era necessário. Eu pelo menos não estava nada interessada em certos acontecimentos e algumas personagens secundárias chegaram mesmo a tornar-se irritantes. Só por esta razão é que não lhe dei as 5 estrelas porque, de resto, está excelente!
É por isso que estou com grandes expectativas em relação ao filme. Tenho o pressentimento que este vai ser um dos poucos casos em que vou gostar mais do filme do que do livro (apesar de ter adorado o livro). Vamos ver se o meu sexto sentido está certo ou se está ainda meio adormecido.
O filme estreia a 3 de Junho no Reino Unido mas, infelizmente, só vai chegar a Portugal algures em Agosto, o que não consigo compreender.
E por falar em "não compreender coisas"...o titulo em português...a sério, Porto Editora?
E mais não digo! Meus amores, têm até Agosto para ler este menino. Vale mesmo muito a pena mas, atenção, o melhor mesmo é terem uns lencinhos por perto, just in case... :P
Laura ;)
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